segunda-feira, 5 de março de 2012

Cursos à distância ganham cada vez mais espaço na educação dos brasileiros

Priscila Silva
Alunos conseguem identificar no método uma solução para a falta de tempo dos estudos


Com a correria do dia a dia, cada vez mais, o tempo tem sido curto para quem busca o conhecimento e o sonho de uma graduação. Reconhecendo essa deficiência, as instituições de ensino viram na EAD – Educação à Distância - uma forma eficiente e prática para se obter conhecimento dentro de casa.

O advento da sociedade da informação e o aparecimento da internet tornaram a educação à distância uma modalidade de ensino mais presente, e deu a esse método mais visibilidade. O crescimento veio a partir do momento em que houve uma disseminação do uso da Internet, que gerou uma possibilidade maior de interação entre aluno e escola. Com bibliotecas online, e-books, chats e enquetes, professores e alunos tiram duvidas pela internet sobre o conteúdo estudado. Mas de acordo com o Gerente do Núcleo de Ensino a Distância e Professor do Centro Universitário do Leste de Minas Gerais -  Unileste-MG, Joubert Fidelis, “ Não se faz educação a distância apenas pela internet. Mesmo hoje nesse ambiente,  onde a internet já está disponível para o mundo inteiro, algumas escolas tem optado em fazer educação à distância com material impresso,  principalmente para atingir aquelas populações que vivem em zonas rurais, ou, no Brasil, onde não há uma internet de qualidade.”  Dessa forma o ensino à distância confirma a possibilidade de atender a todos, independentemente se possuem um computador ou não.

Mas ainda existem alunos que não dão credibilidade a esse método. Com a errônea ideia de que não possuem regulamentação e falta qualidade no ensino, muitos ainda preferem o método convencional. Mas segundo o Professor Joubert, o ENAD - Exame Nacional de Desempenho de Estudantes - tem mostrado que os alunos que se formam pela EAD são mais bem preparados que os dos cursos convencionais e as exigências feitas pelo MEC para os cursos presenciais são as mesmas para os não presenciais. “Dessa forma, disciplinas e projeto pedagógico do curso são as mesmas. O que acontece hoje é que assim como os cursos tecnológicos, o presencial tem um período menor, mas os cursos de graduação são de quatro anos nos bacharelados, três anos na licenciatura e segue as normas naturalmente estabelecidas pelo MEC.” afirma o Professor. Outra estimativa precipitada dos alunos, é que haja mais facilidade de se formar, muitos entram com essa perspectiva, acreditando que, por não ter professores cobrando diariamente, a conquista da graduação seja mais fácil, com isso o índice de evasão é muito grande, pois no decorrer do curso percebe-se que será preciso muita determinação e comprometimento, criando uma rotina de estudo diária.

Diferente dos conhecidos cursos do Instituto Universal Brasileiro, que são pioneiros nessa modalidade de ensino à distância no país, e há mais de 60 anos oferece cursos profissionalizantes, supletivo e ensino técnico, os cursos de graduação não podem ser considerados 100% a distancia, pois conforme Fidelis, “A legislação hoje exige que no mínimo as avaliações sejam presenciais. A EAD que existe hoje, no ponto de vista de graduação, são cursos semi-presenciais.  Você pode fazer cursos de capacitação e treinamento 100% à distância, mas no ponto de vista da educação formal, no mínimo as avaliações tem que acontecer presencialmente. Que pode ser na sede da escola que está fornecendo o curso ou em um dos seus pólos.”

Visão das Empresas
Mesmo com todo o crescimento desse método de ensino, o principal receio dos estudantes é que sejam vistos com maus olhos no mercado de trabalho. Segundo o Administrador de Empresas e MBA, Charles Alves Magalhães, “Havia certo preconceito com relação a estudantes que se formavam através da EAD devido à quantidade de cursos e faculdades existentes, mas atualmente as empresas estão cientes que o importante é o conhecimento adquirido e as características que o profissional possui para o cargo pretendido. Existem muitos cursos a distância que não possuem qualidade, mas passamos por este mesmo problema nos cursos presenciais, alguns ainda não estão autorizados pelo MEC e que funcionam normalmente. Como não possui distinção da modalidade cursada pelo candidato em seu diploma, cabe a empresa verificar a idoneidade da faculdade e aplicar testes para verificar se as características estão de acordo com o solicitado pelo cargo.”
A legislação do MEC impõe que as escolas não deixem explícito no diploma do aluno se ele fez o curso presencialmente ou à distância, o que fará a diferença será o perfil do candidato e se realmente possui os pré-requisitos procurados pelas organizações. As dificuldades serão as mesmas para qualquer tipo de profissional que esteja disposto a se arriscar no atual mercado de trabalho competitivo.

Satisfação dos Alunos
Hoje com milhares de alunos formados pelo novo método, já é possível perceber o grau de satisfação dessas pessoas que souberam aproveitar o pouco tempo que tinham para conquistar uma graduação ou até mesmo uma especialização. É o caso do Geólogo, Pós-graduado pela Unileste-MG, Roberval Rogério Costa, que concluiu uma especialização em Gestão Ambiental e Desenvolvimento Sustentável pela FGV Online. Além de receber materiais para estudo por correspondência e alguns arquivos disponibilizados pelo site da FGV, os alunos contam com o apóio de uma tutora, que marca horários para todos estarem online, criando um ambiente de sala para discussões e chats sobre temas específicos do curso. Dividido em quatro módulos, a cada etapa o aluno tem que fazer uma avaliação, com média mínima de 70% de aproveitamento.

Assim, os alunos da EAD conseguem valorizar mais seu tempo de estudo. Concluindo que da mesma forma que existem faculdades presenciais de qualidade, existem faculdades à distância, a diferença é que a não presencial irá exigir única e exclusivamente de seus esforços e determinação para se obter uma formação de qualidade.

“O indivíduo que consegue vencer todas as dificuldades de um curso de graduação, praticamente sozinho, porque ele não tem no dia-a-dia a presença de um colega ou a cobrança de um professor, é um vitorioso, e eles estão percebendo isso”, conclui Fidelis.
 

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